O Hericium erinaceus, popularmente conhecido como Lion’s Mane (juba de leão), não é apenas um cogumelo comestível, mas também uma peça essencial da Medicina Tradicional Chinesa. Seus metabólitos, como erinacinas, hericenonas, esteroides, alcaloides e lactonas, atuam como compostos bioativos no corpo, conferindo-lhe propriedades nootrópicas e neuroprotetoras.
O consumo desse cogumelo tem sido associado ao aumento da plasticidade sináptica, à formação de novos neurônios e à melhoria das conexões sinápticas no sistema nervoso central. Esses efeitos são atribuídos ao aumento dos níveis do fator neurotrófico de crescimento neuronal (NGF). Além disso, o Lion's Mane exibe propriedades gastroprotetoras, sendo potencialmente útil no tratamento de lesões causadas pela infecção por Helicobacter pylori ou pelo uso crônico de anti-inflamatórios não esteroidais.
Dentre os metabólitos bioativos presentes, a erinacina A e as hericenonas são terpenóides de baixo peso molecular que atravessam a barreira hematoencefálica, promovendo a síntese do NGF no sistema nervoso central. Essa proteína desempenha um papel crucial no crescimento e na sobrevivência de neurônios periféricos, modulando diversas vias de sinalização intracelular relacionadas à plasticidade sináptica.
Além disso, esses compostos bioativos também exercem atividade anti-inflamatória, inibindo a sinalização via receptores Toll-like (TLR) e a enzima c-JUN N-terminal quinase 4 (JUNKs) em macrófagos. Isso resulta na redução da produção de mediadores químicos inflamatórios, como fator de necrose tumoral (TNF-α), fator nuclear kappa B (NF-κB), interleucinas (IL-1β e IL-6) e óxido nítrico.
Estudos pré-clínicos têm validado o potencial terapêutico do Lion's Mane, destacando sua capacidade de aumentar os níveis de NGF, melhorar a viabilidade celular e a organização funcional de neurônios e astrócitos. Em ensaios clínicos, a suplementação com Lion's Mane demonstrou melhorar significativamente a capacidade cognitiva em idosos, sendo uma estratégia segura e eficaz.
Além disso, o Lion's Mane exerce efeitos positivos sobre sintomas de depressão, ansiedade e qualidade do sono. Estudos clínicos mostraram que a suplementação reduziu o escore de depressão, ansiedade e irritabilidade, além de melhorar concentração e qualidade do sono em participantes do estudo.
No âmbito dos distúrbios metabólicos, pesquisas sugerem que o Lion's Mane pode ser uma opção promissora. Em modelos experimentais, a administração de extrato de Lion's Mane resultou em redução significativa dos níveis séricos de colesterol total, LDL-colesterol e triglicerídeos, bem como efeitos benéficos em modelos de diabetes.
Gastrite e úlcera, muitas vezes desencadeadas pela colonização de Helicobacter pylori ou pelo uso de anti-inflamatórios não esteroidais, podem ser prevenidas pela administração de extratos de Lion's Mane ricos em polissacarídeos. Esses extratos demonstraram potente atividade anti-inflamatória, antioxidante e antimicrobiana, prevenindo danos celulares associados a essas condições.
Benefícios do uso de Lion's Mane:
Reduz ansiedade e depressão após 4 semanas;
Melhora o comportamento cognitivo leve;
Melhora funções cerebrais;
Melhora a saúde neural;
Propriedades neurotróficas;
Neuroprotetod cerebral e booster cognitivo;
Melhora na imunidade;
Nootrópico (aumenta o desempenho cognitivo):
Auxilia na prevenção de ateroscleroze induzida por estresse oxidativo.
Em resumo, o Lion's Mane emerge como um aliado valioso para promover a saúde cerebral e gastrointestinal, oferecendo uma gama diversificada de benefícios para o corpo e a mente.
Por Dra. Alessandra Mara Zanin
CRF-SP 25326
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